Multa é revertida em aquisição de autoescada para Corpo de Bombeiros

Equipamento é utilizado em combate a incêndio e resgate de pessoas em altura

Solenidade realizada na noite da última quinta-feira (23) marcou a entrega oficial da mais nova aquisição do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás: uma viatura equipada com escada de altitude, comprada a partir de recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO). No evento, que ocorreu no Comando-geral da corporação, o MPT foi representado por procurador-chefe, Tiago Ranieri, e pelo procurador do Trabalho Antonio Carlos Cavalcante Rodrigues.

“É uma aquisição muito importante, porque Goiânia é uma cidade verticalizada. E nós não dispúnhamos de um equipamento como esse para fazer o enfrentamento contra incêndios. Também temos a região de Campinas, onde há muitos galpões, de modo que o equipamento permite o acesso pela parte superior, para poder combater incêndios. É um equipamento de ponta, o melhor que existe no mundo”, explicou o coronel Sebastião Nolasco, comandante do 5º Comando Regional de Bombeiro Militar.

A escada, que foi produzida na Alemanha pela empresa Magirus, custou R$ 4.142.390,00. O dispositivo alcança 42 metros de altura, o equivalente a um edifício de 15 andares. Pode ser empregada também com angulação negativa de até 17 graus, o que permite salvar e resgatar vítimas em locais abaixo do solo. O processo de fabricação, que durou cerca de um ano, foi acompanhado por oficiais do Corpo de Bombeiros.

Origem do recurso

O dinheiro utilizado na compra do material tem origem na atuação do MPT em Goiás contra o Banco Bradesco S/A, na discussão judicial sobre o fornecimento de proteção contra assalto aos vigilantes e bancários que trabalham nas agências da empresa localizadas em Goiás.

Conforme legislação federal, é obrigatória a instalação de portas giratórias com detector de metais, travamento, retorno automático e abertura ou janela para depósito do metal detectado. Diante da recusa do Bradesco em instalar os equipamentos, o MPT-GO ajuizou uma ação civil, requerendo o cumprimento das medidas.

Em 2016, o banco optou por fazer um acordo judicial, no qual reconheceu ter instalado as portas giratórias em suas agências goianas e pagou multa no valor de R$ 6,6 milhões. Parte do recurso está sendo utilizada na construção de um edifício da Academia de Ensino dos Bombeiros e o restante, na compra de uma embarcação utilizada para combate ao trabalho escravo na Amazônia. A ação ficou a cargo do procurador Antonio Carlos. 

Imprimir