MPT-GO entrega bens a Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez

Recurso para compra dos materiais teve origem em multa aplicada por descumprimento de um acordo com o MPT

O Ministério Público do Trabalho em Goiás esteve presente no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS Goiânia) na manhã da última segunda-feira (2), para formalizar a doação de bens à instituição. Foram entregues cinco notebooks, três projetores multimídia e duas câmeras digitais, que auxiliarão nas atividades desenvolvidas pela escola.

Fundado em 2005, o CAS Goiânia é especializado na formação de professores e intérpretes para a comunidade surda. Além disso, promove ações socioeducacionais com foco na relação surdo, família-escola e sociedade. Entre os cursos oferecidos estão Língua Brasileira de Sinais (Libras) para ouvintes e para não-ouvintes e português escritos para surdos. Em 2017, aproximadamente mil cursistas participaram do aprendizado da Libras.

A importância dessa iniciativa foi ressaltada pela procuradora do Trabalho responsável pela ação que deu origem ao recurso para as doações, Janilda Lima. “Melhorar a estrutura do Centro de Atendimento tem efeitos diretos sobre a capacitação de pessoas com deficiência auditiva para o mercado de trabalho, de modo que elas tenham a qualificação exigida para o cargo que estejam disputando”, afirmou. Além disso, Lima destaca que a difusão da Libras na sociedade e, em especial no mercado de trabalho, irá recepcionar as pessoas com deficiência. 

A diretora do CAS Goiânia, Elizabel Ribeiro, garante que os bens doados vão beneficiar o processo das aulas. “Temos atividades que exigem o uso de recursos tecnológicos porque nossas metodologias são predominantemente visuais – o que favorece o ensino e aprendizado com a comunidade surda”, conta.

Recurso

O dinheiro para adquirir os bens doados teve origem em uma multa paga EBM Desenvolvimento Urbano e Incorporações S/A, por descumprimento de um acordo firmado com o MPT em 2014 em que se comprometia a não terceirizar sua atividade-fim. Por desrespeitar o acordo, a empresa acordou em pagar R$ 8 milhões, pagos parceladamente até 2019.

Deste total, R$ 5 milhões foram e estão sendo destinados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos, entre elas a Prefeitura de Goiânia, Polícia Civil do Estado de Goiás, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Porangatu (GO). O recurso também é utilizado para custear a realização do Congresso Internacional Sobre Saúde Mental no Trabalho, que ocorre a cada dois anos, em Goiânia.

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