Operação Fada Madrinha investiga exploração de mulheres trans em SP, GO e MG

Em Goiânia, foram colhidos depoimentos de onze mulheres transgênero

Em ação conjunta do Ministério Público Federal com a Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho (MPT), foi deflagrada ontem (9) uma operação para investigar quadrilha que trafica mulheres transgênero para exploração sexual nacional e internacionalmente. Foram realizadas, na última quinta-feira, diligências nos municípios de Aparecida de Goiânia, Goiânia, Jataí, Rio Verde (em Goiás); São Paulo, Franca (em São Paulo) e Leopoldina (Minas Gerais).

Batizada de “Fada Madrinha”, a operação é coordenada na cidade de Franca, de onde surgiram as denúncias iniciais. Com o decorrer das investigações, identificaram-se ramificações da quadrilha nos demais locais. A partir daí, o MPF, PF e MPT se articularam com a formação de equipes para dar prosseguimento à apuração dos fatos. Em Goiânia, a equipe colheu depoimentos de onze pessoas trans encontradas morando em um alojamento em Aparecida de Goiânia. A operação ainda está em fase de investigação.

A organização oferecia às transexuais procedimentos cirúrgicos de transição corporal para o sexo feminino. Para custear as intervenções, as quais eram feitas de maneira clandestina e sem cuidados médicos, as mulheres acabavam por adquirir dívidas de valores extremamente altos com os investigados e, assim, se mantinham em um processo de exploração.

Segundo os procuradores do Trabalho do MPT, Tatiana Simonetti e Mateus Blond, o objetivo da ação não é apenas repressivo, mas também de estimular o acolhimento, por meio de políticas públicas, dessa parcela vulnerável da população. “É preciso que entendamos as questões que circundam as pessoas transgênero. Elas são discriminadas na sociedade e, por vezes dentro de suas próprias famílias. Além disso, sofrem muito porque têm o sonho de vivenciar sua transexualidade e serem aceitas”, afirmam.

A operação Fada Madrinha conta com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no sentido de fomentar políticas públicas para resgatar a dignidade de pessoas trans. “De acordo com nossa área de atribuição, precisamos dar alternativas de vida a essas pessoas. Qualificação profissional e oportunidades são constantemente negadas a elas e, por isso, temos o dever de atuar”, completam os procuradores.

 

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Ministério Público do Trabalho em Goiás

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