MPT forma segunda turma de projeto pela empregabilidade da população transexual

Quinze homens e mulheres transexuais e travestis fizeram curso de profissionalização em costura industrial entre fevereiro e abril deste ano

O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) realizou hoje (6) a formatura do projeto “Costurando Poemas”, o segundo do órgão em prol da empregabilidade da população transexual e travesti. Entre fevereiro e abril, os quinze alunos e alunas participaram, sem custos, de um curso de profissionalização em costura industrial no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Fama.

O projeto começou em janeiro de 2019 e contou também com palestras, workshops, rodas de conversa e oficina de poesia que visaram a promoção do empoderamento, de saúde e bem-estar. O “Costurando Poemas”, fruto de parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é uma continuidade do “Projeto Cozinha e Voz”, realizado em novembro e outubro de 2018. Na ocasião, além das atividades de acolhimento, os alunos fizeram gratuitamente um curso de assistente de cozinha na Faculdade Cambury.

Em seu discurso na abertura do evento, o procurador-chefe do MPT-GO, Tiago Ranieri, ressaltou a valorização da diversidade nos projetos de empregabilidade do órgão e a importância de promover não apenas a qualificação profissional, mas também a naturalização e visibilidade da causa transexual em ambientes dominados por o que chamou de padrões da sociedade. “O MPT e a OIT são instrumentos a serviço dos direitos humanos, instituições que fazem essa ponte dessa realidade diversa, plural, composta por um banco de talentos sortido com a economia, com as empresas, com o mercado formal de trabalho, com o trabalho decente”, concluiu.

A atriz fundadora da Casa Poema, instituição responsável pelas oficinas e recitais de poesia do projeto, Elisa Lucinda, destacou a etapa de acolhimento do Costurando Poemas por acreditar que esta promove o “enriquecimento de vozes que o mundo está acostumado a ignorar”. Segundo ela, a palavra é fundamental para o exercício da cidadania e o uso “voz” é uma importante maneira de se proteger contra os males da sociedade.

Em consonância com os discursos anteriores, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, Paulo Pimenta, afirmou que a Justiça do Trabalho apoia e acredita em projetos como o Costurando Poemas. “Em um momento que o Brasil sofre com a precarização no mundo do trabalho e o aumento da intolerância de modo geral, iniciativas como essa são como uma luz no fim do túnel. Não só os alunos melhoram como profissionais, mas todos envolvidos melhoram como cidadãos”, declarou.

Por fim, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, concluiu o momento inicial da cerimônia com um discurso em que defendeu a ideia de que o amor é a chave para superar as diferenças e desarmar a intolerância. “Ao confiar no MPT, na OIT e entidades parceiras, vocês nos dão o seu amor e nós o retribuímos, o que faz essa troca tão importante”.

Após os discursos, os formandos realizaram um recital de poesia, resultado das oficinas oferecidas pela Casa Poema. Ao final, foram entregues os certificados de conclusão do curso e o procurador-chefe do MPT-GO encerrou a solenidade ao afirmar que “a casa que assegura e promove o trabalho decente estará aqui, torcendo por cada um de vocês, de portas abertas para propiciar novas experiências”.

Os participantes do projeto Costurando Poemas disseram estar felizes com o tudo que aprenderam. Adhan Henrique afirmou que a convivência com outras pessoas transexuais e as etapas de acolhimento foram fundamentais para a conclusão de uma ótima experiência. Já Caiene Reinier ressaltou a qualidade do curso de profissionalização em costura industrial, o qual, segundo ela, contou com excelentes professores e a estimulou a continuar sua capacitação na área.

A empregabilidade da população trans é uma das prioridades do MPT, que promove esforços por meio da Coordenadoria de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Combate à Discriminação no Trabalho (Coordigualdade). Estão previstos, ainda para 2019, mais cinco edições de projetos de empregabilidade – um voltado para a população de rua, um para mulheres presidiárias, um para mulheres negras em situação de vulnerabilidade e mais dois para a população trans.

 

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Ministério Público do Trabalho em Goiás

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