Comissão visita Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc

Ida ao local não possuiu objetivo de fiscalizar, mas sim de promover debates e ouvir trabalhadores em seus respectivos ambientes de trabalho

Uma comissão formada por membros do Fórum de Saúde e Segurança do Trabalho do Estado de Goiás (FSST-GO) visitou ontem (30) o Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, localizado no Setor Bueno. A intenção da iniciativa, denominada “Fórum Itinerante”, é de promover a discussão sobre a saúde e segurança no próprio ambiente de trabalho hospitalar e ouvir o que os servidores do local têm a dizer em relação ao assunto.

No último mês de junho, o FSST-GO promoveu uma audiência pública com as maiores unidades de saúde de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade para apresentar o Fórum ao o referido setor e discutir questões relacionadas à saúde e segurança no meio ambiente do trabalho hospitalar. Foram convidadas cem unidades, mas algumas não compareceram. O Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc foi uma delas e, nas próximas semanas, o Fórum Itinerante irá visitar mais alguns desses hospitais. O viés do encontro não é fiscalizatório.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) e coordenador do FSST-GO, Tiago Ranieri, ressaltou a importância de o Fórum estar presente nos hospitais para ouvir diretamente as inquietações da sociedade e dos trabalhadores. “A situação do meio ambiente laboral desses profissionais é muito precária. Não só a saúde física, mas, principalmente, a mental está em risco”.

Os servidores do Wassily Chuc expuseram a situação precária da unidade tanto em relação ao déficit de servidores quanto ao próprio espaço físico. “O tipo de patologia dos pacientes que atendemos favorece o risco de acidentes de trabalho. A abordagem já é normalmente complicada, agora, imagine atender, sozinho, uma pessoa em surto?”, questionaram.

Foi reforçada ainda a necessidade de ação do poder público na melhoria das condições do Pronto-Socorro Psiquiátrico. Segundo os servidores da unidade de saúde, a situação da emergência psiquiátrica do Estado é deficiente e, com a piora da saúde mental da população, há urgência em resolver a situação. O grupo de trabalhadores afirmou, por fim, que conta com o apoio do MPT-GO e do FSST-GO para a mudança da conjuntura da unidade.

Os membros da comitiva que realizaram a visita avaliaram a experiência como proveitosa. “A ação foi muito positiva e deu pontapé para outras iniciativas, sobretudo, para desenvolvimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da unidade de saúde”, sintetizou o procurador-chefe do MPT-GO, órgão que coordena o FSST-GO.

Compuseram o primeiro Fórum Itinerante o coordenador do FSST-GO, Tiago Ranieri, a diretora da Coordenação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Hebe Macedo, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado de Goiás, Valdecy do Carmo, a enfermeira membro da Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho e do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) Tatiana Rodrigues, o perito judicial do TRT 18° Região Valdivino Paulo e a secretária do FSST-GO, Vanneska Gusmão.

Cada um dos componentes apresentou as atividades da entidade que representava e especificou de que maneira poderia ajudar na melhora das condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho hospitalar em questão.

Audiências coletivas

Em 2018, o FSST promoveu duas audiências coletivas para discutir a saúde e a segurança no ambiente de trabalho: uma voltada para postos de combustível e outra para as unidades de saúde. Uma terceira, com foco na construção civil, está prevista para setembro. Após todas as audiências foram lançadas campanhas de conscientização para empregadores e trabalhadores das respectivas áreas. O material da ação sobre ambientes hospitalares foi entregue na visita ao Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc.

De acordo com Ranieri, esses três setores foram eleitos para as atividades por estarem entre os que apresentam maior índice de acidentes de trabalho no Estado de Goiás. Segundo dados do MPT Polaris, as atividades de atenção à saúde humana são uma das que mais registram acidentes de trabalho no Estado de Goiás. A média de idade dos acidentados é de 34 anos e, apenas em 2017, foram registradas 1.143 ocorrências.

 

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