Empresas da construção civil participam de audiência coletiva no MPT

Entre 2012 e 2017, a construção civil foi a sexta maior responsável por causar afastamentos originados de acidentes de trabalho no Estado de Goiás

As maiores empresas do ramo da construção civil no Estado de Goiás participaram ontem (27) de uma audiência coletiva para discutir aspectos relativos à saúde e segurança do meio ambiente de trabalho da respectiva atividade econômica. A iniciativa partiu do Fórum de Saúde e Segurança no Trabalho do Estado de Goiás (FSST-GO), entidade coordenada pelo Ministério Público do Trabalho em Goiás, onde se realizou o encontro.

A audiência começou com a apresentação do FSST-GO a partir da exibição de um vídeo institucional. Em seguida, para levantar os debates, foram expostos dados acerca de acidentes de trabalho. Segundo informações do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, no período entre 2012 e 2017, a construção civil foi a sexta maior responsável por causar afastamentos originados de acidentes de trabalho no Estado de Goiás. Estima-se, ainda, que o impacto previdenciário de tais episódios foi de R$ 332.294.561,52 nos últimos seis anos. Em 2017, foram registrados 82 casos de acidente resultados em morte.

De acordo com o procurador-chefe do MPT-GO e coordenador do FSST-GO, Tiago Ranieri, é importante analisar essas estatísticas porque elas demonstram os prejuízos que um acidente de trabalho causa para a previdência social, sistema único de saúde (SUS) e para a sociedade de modo geral. “Vidas estão em risco se não forem tomados os devidos cuidados, é uma perda gravíssima que não tem volta e por isso é tão importante a discussão sobre a saúde e segurança no trabalho”, explicou.

Os participantes da audiência se mostraram dispostos a discutir e tomar medidas preventivas para a preservação da saúde e segurança dos trabalhadores da construção civil. O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Goiás, Gerson Terturliano, afirmou que, segundo sua experiência, o medo dos trabalhadores em buscar seus direitos e acabar perdendo o emprego é o principal obstáculo para que eles façam denúncias das irregularidades. “Nós do Sindicato vivenciamos a realidade e sabemos como funciona isso, a situação acontece não só com os engenheiros, mas com inúmeras classes de trabalhadores”, afirmou. A advogada da Construtora HM, Viviane Rocha, levantou, ainda, a problemática da falta de qualificação dos trabalhadores, a qual também coloca a segurança em risco.

Ao final do evento, a campanha “É melhor prevenir o que não tem remédio”, a qual aborda a importância do uso dos equipamentos de proteção individual na construção civil, foi apresentada e material impresso distribuído aos presentes. Posts para redes sociais, um spot para rádio e vídeo para painel de LED já estão sendo veiculados desde o início de setembro.

Iniciativa

A audiência faz parte de um esforço coletivo do MPT-GO e FSST-GO, que definiram, no início de 2018, três setores para promover a discutição sobre saúde e a segurança no ambiente de trabalho. Já foram realizadas audiências coletivas e campanhas de conscientização para os empregadores e trabalhadores da área da saúde e de postos de combustível. O evento de ontem com empresas da construção civil encerrou o ciclo de atividades definido no começo do ano.

 

 

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