Cachoeira Alta mostra os primeiros resultados do projeto MPT na Escola

Alunos apresentaram trabalhos sobre trabalho infantil, com premiação para os melhores

Na quarta-feira (11), alunos de duas escolas municipais de Cachoeira Alta, localizada no sudoeste goiano, exibiram os primeiros efeitos da implantação do projeto MPT na Escola. Por meio de redações, apresentações teatrais, desenhos e slogans, estudantes colocaram em prática o que aprenderam sobre os prejuízos trazidos pelo trabalho infantil irregular. Os autores das melhores ideias ganharam notebooks do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Goiás.

“O MPT na Escola foi para desvendar nossos olhos. Às vezes o trabalho infantil é tão corriqueiro que se passava como normal. Estava na nossa frente e a gente não enxergava. Ele veio para desvendar, para a gente saber o que é trabalho infantil, o que é certo e o que é errado.” Assim a secretária de educação de Cachoeira Alta, Ivone Cabral da Silva, resumiu a importância do proejto para a cidade, que foi a primeira a implantá-lo em todo o estado.

O coordenador do MPT na Escola no estado de Goiás, procurador do trabalho Tiago Ranieri de Oliveira, visitou a Escola Municipal Rural Entroncamento e a Pedro Ludovico Teixeira. Durante a visita, o procurador conversou com estudantes, docentes e gestores públicos, reafirmando que a infância e a adolescência devem ser reservadas para as brincadeiras e os estudos, e não ao trabalho precoce. Em ambos os colégios, os alunos que se destacaram nas redações, desenhos e frases contra o trabalho infantil ganharam laptops como incentivo por seu desempenho. A comunidade do município participou de reunião com Ranieri, que explicou a comerciantes, pais e membros do conselho tutelar o que é permitido pela lei em relação ao trabalho de crianças e adolescentes.

 

Estruturação do Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar de Cachoeira Alta recebeu três computadores portáteis do MPT em Goiás. Segundo Ranieri, a doação faz parte de um planejamento de estruturação dessas entidades, que, em sua maioria, contam com poucos recursos materiais e humanos para atuar na proteção à infância e juventude. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2010, o município estava em primeiro lugar entre as cidades do estado de Goiás que mais empregavam mão de obra infantil de modo irregular. Após operação de combate a esse tipo de ilegalidade, deflagrada no ano passado, Ranieri acredita que a situação tenha melhorado. Ele analisa que ações como as propostas pelo MPT na Escola contribuem na medida em que desfazem a crença de que o trabalho infantil é o melhor caminho para tirar crianças e adolescentes do envolvimento com a marginalidade e as drogas. "Para a criança e adolescente de baixa renda não existem apenas as duas alternativas: trabalho ou marginalidade. O projeto visa a mostrar para a criança, o adolescente, a família e o gestor público um leque de alternativas de sucesso, progresso e desenvolvimento da vida por meio da educação de qualidade e da qualificação."

 

O projeto
O MPT na Escola consiste na produção, reprodução e distribuição, nas escolas municipais do ensino fundamental, de material de apoio pedagógico sobre os direitos das crianças e adolescentes, prevenção e erradicação do trabalho infantil, e proteção ao trabalhador adolescente. É uma ação promovida pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com as secretarias municipais de educação, escolas, educadores e estudantes de todas as unidades da Federação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação
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